terça-feira, 4 de dezembro de 2012

QUICHE de ginga com jiló


Quiche de ginga com jiló
 

Vem chegando o Natal, o Carnatal e acidade em um  caosnatat. A Cidade do Natal/RN, vem convivendo com uma série de amarguras, Crise nos hospitais públicos, e até os particulares, cooperativas de médicos e estendendo-se a SAMU, o serviço de urgência. Até hospital que exibe selo de Gestão da Qualidade tem demonstrado desrespeito pelo usuário.

Lixo espalhado pelas ruas e avenidas, terrenos baldios entulhados. Causando espanto, nojo e abominação as pessoas que visitam a cidade. Não se sabe exatamente se a sujeira é de quem está saindo ou é a bagunça de quem está entrando. Cada qual tem suas desculpas e estratégias, pode ser sabotagem ao governo de quem entra ou ao governo de quem sai. E a conta vai para quem saiu pela culatra e entrou pelo cano, o povo.

Amarguras que antecedem o Carnatal, evento de abrangência local, que talvez atraia foliões de cidades mais próximas. Não se sabe ainda se Papai Noel fará um frete na volta levando toda essa sujeira e toda essa bagunça espalhada pela cidade. A população terá que aguardar o dia de Natal.

A Copa do Mundo atrairá públicos de diversas partes do mundo, todas as mídias estarão focadas no Brasil. O mundo todo olhando para o Brasil, satélites já circulam sobre as nossas cabeças a um bom tempo, colhendo e levando informações de um lado e levando ao outro lado do mundo. E a Cidade do Natal também ocupará uma parcela destes espaços nas mídias jornalísticas e turísticas. As TICs, Tecnologias da Informação e da Comunicação ferramentas poderosas do mundo globalizado, irão informar e comunicar o que bem entende e somente o que lhes convém e a quem lhes interessa.

Fontes não oficiais informam sobre a solicitação para autorização de uma construção a partir de uma escavação na praia, em uma indeterminada praia, para que os ocupantes e convivas se sentissem bem acomodados e sentados na linha do nível do mar com o horizonte infinito a seu dispor, diante de seus olhos. Construção esta que foi, vai ser ou será um desastre ao ecossistema local.

Uma novela está sendo rodada, filmada em diversas praias da região, em que os takes de gravação vão compor uma cidade fictícia.  As diversas paisagens farão parte de uma mesma cidade. A cidade será fictícia, se o estado e o país serão fictícios ainda não se sabe. O limite desta ficção só será desvendado quando a novela começar. Royaltes e direitos conexos seriam uma ótima opção para a região se tiver direito de marcas e patentes, copyright. e etc. aos locais, aos seus figurantes, aos trabalhadores que deram suporte nas filmagens. Em um mundo de globalização e envolvimentos, fica aqui a sugestão aos advogados, estudarem as LDAs.

Praias badaladas, parrachos escunas e iates. Enquanto estarão se fartando de lagosta, no pós-período de seu defeso, e de camarões VG. Já a algum tempo os americanos não se fartam de lagostas, devido a campanhas contra o consumo e captura. Queijos, vinhos e caviar. Talheres de prata e tomando pro seco em taças de cristal, água Perrier, evitando as águas locais.

E durante a Copa a massa do povo estará na praia da “Ridinha”, massa do povo e dos salgadinhos, estarão dançando com muita ginga e gingado o forró que é uma corruptela da língua inglesa com a influencia americana na Segunda Guerra. Degustando um jiló em conserva, tomando uma ‘cervejinha’, uma ‘caipirinha’ ou uma ‘cachacinha’ em copos americanos, evoluídos dos de geleia, comendo gingas com tapioca, pastéis, espetinhos e empadinha e quem sabe os com mais ‘dinheirinho’ um quiche de ginga com jiló. E para refrescar um dim dim, não no bolso, mas no palito..

 

Roberto Cardoso
Cientista Social
Membro Efetivo do IHGRN

Antepasto de maxixe com rapadura


Antepasto de maxixe com rapadura
 
A Cidade do Natal/RN tem ocupado uma boa parte da mídia escrita brasileira em jornais e hebdomadários. Nos jornais, das maiores metrópoles brasileiras, ficou estampado a realidade natalense. Micarla, a ex prefeita afastada quase no término do mandato foi tema em revista semanal. Crises políticas, na saúde pública e na limpeza urbana, o caos urbano. Hospitais públicos e particulares, inclusive aqueles que ostentam um selo de gestão da qualidade, com normatização internacional.

Fatos e amarguras que antecedem o Carnatal, fatos e eventos que funcionam como testes de verificação de grandes populações circulando pelas ruas e se aglomerando nas proximidades do estádio. Evento de abrangência local, que talvez atraia foliões de cidades mais próximas e até estados vizinhos. O mundo vem ficando cada vez mais perto, a distância não é mais impedimento para ir ou chegar a algum lugar.

A ex prefeita desabafa dizendo ter chegado aonde chegou por não ter atendido os interesses dos poderosos. Resta saber quem são os poderosos temidos agora por ela, e até que ponto eles podem afetar a vida e a população mais distante destas proximidades físicas e políticas.

A Copa do Mundo está prestes e atrairá públicos de diversas partes do mundo, todas as mídias estarão focadas no Brasil. O mundo todo olhando para o Brasil, satélites já circulam sobre as nossas cabeças a um bom tempo, quando não, são do tipo geoestacionário, colhendo e levando informações de um lado e levando ao outro lado do mundo.

Um avião americano de pesquisa sobrevou a região sob o pretexto de um treinamento global. Tropas do exercito brasileiro vinculadas a ONU com missões de paz fizeram exercícios de treinamento em Natal. Uma novela vem sendo preparada para mostrar ao Brasil e ao mundo, a região.

Americanos e americanismos já fazem parte do dia a dia natalense, desde a Segunda Guerra Mundial. No passado, franceses inauguraram uma ligação aérea postal da Europa com o continente sulamericano, pousando aqui na ‘esquina’  do continente. Italianos deram de presente a Coluna Capitolina. Saint Exupery pode ter conhecido os baobás por aqui. Ex-governadores com nomes de números em língua francesa. Na guerra educacional da Batalha na Avenida Roberto Freire se reencontram americanos, portugueses e holandeses, além de potiguares de diversas procedências e descendências.

E a Cidade do Natal, durante a Copa do Mundo, também ocupará uma parcela destes espaços nas mídias jornalísticas e turísticas. As TICs, Tecnologias da Informação e da Comunicação como ferramentas poderosas do mundo globalizado e unificado, irão informar e comunicar o que bem entendem e somente o que lhes provém e a quem lhes interessa.

Do milho as elites ficaram com os Corn Flakes, enquanto os pobres dividiram o restante do milho para fazer ração para animais e fazer o angu, a polenta e o cuscus do dia a dia. Da cana, as elites ficaram com o açúcar refinado e os combustíveis, enquanto os pobres com a rapadura e a cachaça.

Enquanto os acepipes como ginga e jiló não são dominação das elites, tal como aconteceu com o fondue, o squash, a capoeira e a feijoada, a massa do povo vai degustando como aperitivo antes das refeições, acompanhado uma cervejinha gelada ou uma pinga das boas e nas praias que ainda são de acesso e domínio público.

Esperando o almoço, e enquanto os americanos não retornam para um novo for all. Vai-se levando a vida com um jiló na conserva e tomando cerveja em copo de geleia. Comendo gingas com tapioca, dançando maxixe com ginga de sambista e forrozeiro. E roendo um taco de rapadura que é doce, mas não é mole.

Porque quando os estrangeiros chegarem vão querer crepe de tapioca com raclete de queijo manteiga e queijo coalho com carpaccio de carne de sol. Fondue de queijos nordestinos com manteiga de garrafa, para imergir, camarões e lagostas, pedaços de macaxeira, cará e inhame.

04/12/12

Roberto Cardoso
Cientista Social
Membro Efetivo do IHGRN